Explicações!

Andei um bom tempo egoista. Escrevi só pra mim e só eu saboreei meus textos. E quando menos esparava e vindo de onde eu menos esperava, me cobraram explicações: "Tu abandonou o blog?"
Não, mas achei que ninguém mais lia.
Agora que sei que alguém lê, volto a publicar minhas confusões mentais.
Aproveitem (ou não).
Sal.

Entendimentos


Se eu pudesse entender,
Juro que me sentaria bem pertinho do fogo
E jogaria nele as dúvidas, uma a uma.

Começaria entendo porque você chegou,
Já que poderia ter ido a outro lugar.
Seguiria entendendo porque ficou,
Pelo mesmo motivo anterior.
E terminaria entendendo porque se foi.

Esse, de todos os momentos, foi o que menos entendi.

Bateu uma porta, cuspiu uma lágrima, bradou um ‘eu te amo’...
E se foi!

Deixou-me em pedaços sombrios.
Desconexas partes, que ainda hoje não se imbricam.
Se eu entendesse...

Eu poderia te entender!

Eu vivo de amores!!!





Eu vivo de amores!!! 
...
Amores que duram uma noite, amores que duram semanas, amores que duram 2 meses, 6 anos. 
Amores que viram amigos, amores que viram desafetos.
Amores que me odeiam, amores que ainda me amam. 
São difíceis, amores que doem, que dão saudade.
Começo a guardar um cemitério de amores na memória, desses cemitérios militares que vi na Normandia francesa, com cruzes brancas em um campo verde, cada cruz com um nome.
Em dias de chuva, enquanto suspiro pelo último amor a doer, é inevitável não dar uma volta pelo cemitério. Sem flores nas mãos, apenas uma camiseta branca, um jeans velho, meu AllStar vermelho sujo nos pés, meu fone de ouvido, uma música antiga, tipo "Espelhos d'água", da Patricia Marx, que eu cantava quando tive meu primeiro amor.
Vou passando por cada cruz, olhando cada nome, sorrindo. Aquele sorriso doído que vem com as lembranças de beijos honestos, carinhos sinceros.
Aquele sorriso de canto, que dei para todos esses amores, quando ninguém mais podia ver. 
A saudade, esse demônio cristão que aperta o peito, começa a sufocar. Outra cruz, outro amor, outro adeus. 
Eu poderia passar em frente a esse cemitério sem nunca entrar, mas reviver amores é reviver na memória cada "Eu te amo" ouvido ou desejado, dito ou calado.
Depois de algum tempo, saio desse lugar, enxugo as lágrimas que vieram, as loucas suicidas que se jogam dos nossos olhos contra o que encontrarem.
Fecho o velho portão de metal, cheio de musgo, viro-me para a grande avenida que se chama "Futuro", suspiro e sigo caminhando, quem sabe ali na próxima esquina esteja um novo amor, um novo "Eu te amo" a se ganhar.
Talvez seja um novo rosto, talvez seja um antigo, afinal, naquele cemitério não há ninguém enterrado. Há lembranças!
Mas hoje, exatamente hoje, tem um rosto que gostaria de ver. 
Mas essa esquina está longe e esse nome ainda não está naquele cemitério!