Dentre todas as formas pelas quais eu poderia te conhecer,
foi pela torta; a porta entreaberta de nossas vidas!
Talvez não, talvez, mais tortos, impossível fosse!
Seria apenas mais um dos meus desejos brancos, ou loiros, ou
de olhos claros!
Sim, se não fosse como uma bailarina cubana ou uma prática
chinesa.
Se não fosse uma beleza distinta do que, aqui, se tem!
Seria apenas branco, loiro e de olhos claros!
Seria um nome que se esconde, como se nunca alguém, por
maldade, me dissesse que tem mais do que 3 letras.
E que sejam seis, como o meu. Ainda assim, seria torto, tido
por errado e confuso!
E se não fosse nada disso, talvez não tivesse meu sorriso
aberto, as 5 horas da manhã.
Não teria meu abraço na sacada, em dia de lua cheia, com um
disco na vitrola, que me prende.
Não teria um cachimbo 'foucaultiano' na mesinha feita de restos.
Não teria nada de mim, além do mínimo que
situo nos espaços que me permito ir. Se!
Passo dias sorrindo, sem lembrar quão errado isso tudo
começou. Sem pensar em Cristhos e Joãos! Entre nós, Madalenas são melhores
vindas!!!
Entre nós, não há espaços de passados! Acho que nem futuros! (Ainda que doa!).
Mas há presentes! E como não abri-los?
Como não desembrulhar tudo ao som do 'The Cure', quando você diz:
- Essa música me lembra muito você! - E enfia
um “Boys don’t cry” na minha mente! E logo depois, me beija com Fleetwood Mac! Com
uma linda no banco de trás. Enquanto tento beijar teu rosto, e você se vira
rápido contra minha boca.
Afinal, que gaúcho é você?
Que tem medos muito gaudérios, mas que se abre ao acaso,
como eu. Que em caso de dúvida, grita para as loiras, morenas e negrxs; que de
formas diferentes e injustificáveis conheci antes de você. Como se elxs pudessem te
salvar de ti mesmo!
Que demônio sou eu? Que cai sobre ti, para te quebrar as
pernas, trocar o lugar de corações e baços! Nada que nenhum chinês não tivesse
feito antes!
Perco-me! Parco sou! Perverso e pífio!
Caos! Quem é você?
Ing (iang). Quem é você?
.t., quem é você? Que ainda precisa se esconder entre
detalhes?
Eu te falei que a banda era de 1970, assim como eu!
Nem sempre é fácil assumir que o tempo passou, que os
espaços voltaram, mas eu segui!
E, juro, segui, não corri atrás, apenas segui! Foi o acaso que
me trouxe, de várias formas!
Entre seres que me fizeram sorrir, entre momentos que me
fizeram chorar.
Momentos tortos, como se impossíveis fossem.
Mas não foram.
Gringo, colono, cubano, chinês, o que dizer?
Acho que sinto atração por vitrolas, ou seres que as amam!
Acho que sinto atração por você!
E afirmar isso é complexo, caótico. Afinal, tenho pontos e
virgulas nas minhas histórias que pularão
ao saberem disso (ou não, mineiros são bem quietos). Mas, se afirmo isso, seu
colono, é porque entendo que precisamos de pontos finais; virgulas e
reticências.
Mas, antes de tudo, precisamos de tempos presentes. Sem passados,
sem futuros, sem medos! (Um francês me disse isso certa vez!).
Eu preciso cair! E se não houver braços que me segurem,
quebro-me, desmonto-me. Mas vou me juntando, já falei isso no “Frio de junho” (nossa,
foi em 2012, e o livro ainda não saiu).
Sigo me desmontando, peça por peça, (hoje) órgão por órgão.
Sem medo de ser ridículo! Sem medo do tempo! Sem medo de
nada e de onde eu possa caber!
Se hoje, ao menos hoje, eu sinto vontade de dizer, melhor do que esperar!
Amanhã será outro dia, e Londres nos espera em dias
diferentes!
Mesmo que, em outros tempos, eu também tenha tocado sinos em
Belém (nossa, viver é cheio de autorreferencias), não sei a que ponto ele pode
sentar e escrever que seus órgãos não fazem diferença ou que essas linhas
cruzadas são lindas, tão lindas quanto seu ouvido no meu peito sem estetoscópio!
Ainda que o seu não seja o mais caro.
Afinal, para ouvir as batidas desse coração, não é preciso
do mais caro, acho que basta um ouvido atento, um sorriso aberto e um cafuné!
E tudo aqui, entre nós, termina sem nome, com 3 ou 6 letras!
Espero que não termine!
Quando é assim, tudo torto, espero que não termine, e que seja,
e que dure!
Até...
.t.
SAL
SAL
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