
Por quem os sinos dobram?
Os sinos...
Doces meninos,
Dobram em Belém.
Mas se eu dobrar a esquina,
Curva pequena.
Dobro em você.
É só subir aqui,
Que eu desço ai.
E as sacadas serão os palcos.
Por que os sinos dobram?
Aí, jamais saberemos.
Por suaves venenos,
Vinhos argentinos ou chilenos?
Pontes-aéreas,
Pontes sobre mares,
Ou rios em todos os lugares,
São meros espectadores.
Os dias se passaram,
As mãos se passaram,
As tias continuam nas janelas.
E foram botos, açaís e patuás.
E foram bois e bumbás.
E foram, cada qual para seu norte
E sul.
Mas ficou algo.
Um gosto amargo de crueldade.
O seco do vinho na boca.
O aperto de uma cama pequena.
E fincou algo.
Um espinho que machuca.
Uma mordida na nuca.
Um adeus velado e cru.
Será que volta?
Os sinos da igrejinha da esquina
Não pararam de tocar.
Nem as águas, dos rios e mares,
Pararam de correr.
E como janeiro é mês de chuva no país,
Talvez volte com as águas,
O gosto cruel da boca seca de vinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário