Levanto-me, arrasto-me até um espelho e olho no fundo dos olhos em reflexo.
Dias em que lembranças me enchem, que o coração transborda, que a mente voa.
Sinto-me só, sinto amores que rondam, sinto amores que somem.
Sinto muito!
Parece não haver espaço para dentes, e o sorriso fica recolhido em uma garagem de sonhos estacionados e empoeirados.
Amo acordar assim, assim: completo e vazio.
Distâncias se somam e dão voltas pelo planeta. Pessoas que quero aqui, pessoas daqui que me têm longe.
Um passageiro que se olha pela janela, misturado à paisagem que o vidro separa.
Tão mesmo, tão distinto.
Sem saber se choro ou entro no banho, sem saber se amo ou se me amam, sem saber se quero ou sou querido, sem saber conjugar o verbo querer.
E querendo!
Vendo rostos que se misturam e entram por meus olhos.
São rostos tão diferentes, com sorrisos e gemidos, com olhos que se contraem enquanto me seguram pelos cabelos, com mordidas entre lábios.
São plurais e singulares.
E são muitos.
Sinto-me só, sinto amores que rondam, sinto amores que somem.
Sinto muito!
:')
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